Um surto de vômito entre foi associado a um tipo de coronavírus animal. Os veterinários começaram a relatar casos no Reino Unidos no fim de 2019.
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A Rede de Vigilância Veterinária de Pequenos Animais (SAVSNet) da Universidade de Liverpool pediu aos veterinários ajuda na coleta de dados, com 1.258 questionários de casos de veterinários e proprietários, além de 95 amostras clínicas de 71 animais.
Com base nesses dados, uma equipe das universidades de Liverpool, Lancaster, Manchester e Bristol identificou o surto como sendo provavelmente uma variante do coronavírus entérico canino (CeCoV).
Este vírus afeta apenas cães e não é o mesmo que o SARS-Cov-2, que causa COVID-19 em humanos. Os pesquisadores não encontraram evidências de qualquer doença semelhante em pessoas. O estudo foi publicado na Emerging Infectious Diseases.
A equipe está trabalhando em um projeto financiado pelo Dogs Trust chamado SAVSNet-Agile que visa desenvolver um sistema nacional de vigilância para a saúde canina.
“Desenvolvemos modelos estatísticos complexos para procurar surtos de doenças. Ser capaz de detectar rapidamente o aumento da incidência, sem disparar um alarme falso de uma variação natural aleatória, é o principal problema aqui. Detecção precoce é crucial para o tratamento precoce e monitoramento aprimorado”, disse o Dr. Barry Rowlingson, da Lancaster University.
“O projeto SAVSNet Agile visa fornecer informações às clínicas veterinárias locais para que possam estar alertas a quaisquer novos surtos”, acrescentou ele.
Os veterinários começaram a suspeitar de uma causa infecciosa porque os vômitos eram mais frequentes do que o normal na gastroenterite canina. Os pesquisadores do SAVSNet descobriram um aumento específico e significativo no número de cães registrados como exibindo sinais gastroentéricos entre o final de dezembro de 2019 e março de 2020.
Além de reutilizar os registros de saúde, o SAVSNet também coletou dados do questionário de veterinários e proprietários que cuidavam dos animais afetados, bem como de controles saudáveis. Isso mostrou que os cães machos corriam mais risco do que as fêmeas.
“A obtenção de resultados tão importantes em um estágio inicial do meu Ph.D. é uma conquista maravilhosa e, com sorte, proporcionará um caminho de maior visibilidade para a saúde dos animais domésticos”, justificou a aluna de Ph.D. Charlotte Appleton, da SAVSNet Agile.